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Nesta fotografia, temos um pouco da vista aérea da zona central da
Universidade anterior às demolições da
Velha Alta. Estas, grosso modo, iniciaram-se na
Primavera de 1943, prolongando-se até
1975, quando ficou concluído o vasto edifício da F.C.T.U.C. Apesar de o essencial deste núcleo central ter sido preservado até os nossos dias, há diversos elementos aqui visíveis entretanto desaparecidos. Da parte do casario observável na zona acima do Paço das Escolas, só resta o grande edifício à direita, que agora alberga a
Biblioteca Geral da Universidade. À data da fotografia, estava aqui instalada a
Faculdade de Letras. Seria, durante as obras da
Cidade Universitária, alvo de transformações que o descaracterizariam por completo. Concluída a sua remodelação, seria aqui inaugurada a já referida
Biblioteca Geral da Universidade no ano de
1956, ficando definitivamente aberta ao público a partir de
1962. A abertura desta grande biblioteca, apesar de tudo, ofereceria muito melhores condições de leitura e estudo para os estudantes, para além de mais espaço disponível para o gradual crescimento do seu acervo de documentação e livros.
A partir daí, tornava-se completamente dispensável um outro edifício, também aqui visível, na parte inferior da imagem, mais ao centro, entre a
Faculdade de Direito e a
Biblioteca Joanina. Durante décadas, esta construção rectangular, fora a sala de leitura dos estudantes, para além de, com grande falta de espaço, armazenar o seu espólio no piso inferior e cave. Seria demolida em
1971, expondo diversos vestígios arqueológicos da
velha Alcáçova, que ainda são hoje um dos ex-líbris da
Universidade de Coimbra. Mais tarde, já neste século, seria aí edificado o actual auditório da
Faculdade de Direito.
Olhando para o pátio da
Universidade, dois importantes detalhes saltam à vista: o seu interessante jardim com árvores, canteiros e bancos e, fechando-o à direita, o
Observatório Astronómico. O primeiro, desapareceu gradualmente a partir de
1944, apesar da sua grande importância, tanto a nível estético, como pelas espécies vegetais nele albergadas. O segundo, concluído em
1777, fora não mais do que uma alternativa mais modesta e menos dispendiosa, a um outro projetado para a
Reforma Pombalina, cuja construção se havia iniciado em
1772, mas que não passaria do piso térreo. Foi então que se optou por este no
Pátio da Universidade, que seria demolido em
1951, quando a actual
estátua de D.João III, já se encontrava erigida no local.
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