segunda-feira, março 10, 2008

Os monotrématos

Em termos de reprodução, os mamíferos podem-se dividir em três grupos básicos: os placentários, que constituem a maioria esmagadora, os marsupiais e os monotrématos.
Os monotrématos constituem um grupo à parte na vasta família dos mamíferos. Como o próprio nome indica, apenas possuem um orifício, ou cloaca à semelhança das aves. A sua outra característica fundamental é o facto de serem ovíparos, isto é, nascerem a partir de ovos chocados no exterior. Estes dois aspectos constituem um elemento fundamental para caracterizar os monotrématos como um grupo de mamíferos primitivos. De facto, encontram-se mais próximos do elo evolutivo, que liga os mamíferos aos seus antepassados répteis e pertencem a uma vasta família cuja maioria dos seus membros já se extinguiu há muitos milhões de anos.
Desta forma, os monotrématos existentes podem ser considerados mais um exemplo de “fósseis vivos”, para além de serem um dos mais pequenos grupos em termos de espécies animais incluídas. Nos monotrématos incluem-se, fundamentalmente, apenas duas: os ornitorrincos e os equidnas. Estas duas espécies são endémicas tanto na Austrália, como na zona da Nova-Guiné, embora diversos fosseis encontrados noutras partes do globo, façam crer que já estiveram mais disseminados em tempos remotos.
O ornitorrinco é um animal cujo corpo se encontra perfeitamente adaptado à vida aquática, não só devido às pregas existentes nas suas patas, como ao seu focinho que termina num bico algo semelhante ao pato. O seu aspecto aparentemente inofensivo é contrariado pelos esporões defensivos que ele possui em cada uma das patas traseiras, que segregam um veneno bastante doloroso.

O seu aspecto algo bizarro deu origem a que, durante algum tempo, se considerasse um completo embuste as suas primeiras referências, feitas pelos primeiros colonos ocidentais a chegarem ao continente australiano.

O equidna também se destaca pelo seu aspecto algo peculiar, embora seja por vezes confundido com o ouriço-cacheiro, devido aos longos espinhos que cobrem o seu dorso e ao facto de também se enrolar sobre si mesmo quando ameaçado. O seu focinho termina num longo bico, que lhe dá igualmente uma fisionomia algo semelhante a um pequeno tamanduá.

Ao contrário do semi-aquático ornitorrinco, o equidna prefere as zonas mais secas e densamente florestadas, principalmente ao nível da vegetação rasteira, onde ele encontra os insectos que constituem a base da sua alimentação, com destaque para as formigas.

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