O Eryops constituía, no campo dos anfíbios, o topo da cadeia alimentar. Era um predador carnívoro muito voraz, embora de lenta locomoção em terra, mas um caçador muito ágil e temível dentro de água. Foi, decerto, o maior anfíbio que sempre existiu sobre a Terra. Era o verdadeiro símbolo de um período em que os anfíbios dominavam a superfície terrestre e representava um ponto máximo em termos de evolução.
Desenvolvera um crânio sólido e de grandes dimensões, com umas mandíbulas poderosas e só hoje comparáveis aos maiores crocodilos. As suas patas eram curtas, mas fortemente robustas e faziam do Eryops um nadador tão eficiente como as outras criaturas aquáticas. A sua pele tornou-se dura e quase couraçada, a ponto de lhe permitir percorrer grandes distâncias em terra sem precisar de temer a desidratação.
Apesar de tudo os exemplares existentes, no seu estado adulto, podiam ultrapassar os 2,50 metros e quase não tinham predadores a temer. Neste caso, a excepção poder-se-ia abrir para um ou outro peixe carnívoro de maiores dimensões, mas o facto de ele passar longos períodos tanto em terra como em zonas pantanosas, onde aqueles não podiam penetrar, tornava estes encontros letais algo esporádicos.
A determinada altura, sobretudo nas fases finais do período Permiano, havia também que contar com o número crescente de répteis primitivos, tendo alguns atingido já então dimensões consideráveis e podendo constituir um perigo para o próprio Eryops. Entre estes últimos, encontrava-se o Dimetrodon, pertencente a um ramo extremamente avançado dos répteis, dotado de uma capacidade de retenção de calor e que, desta forma, anunciava já os futuros mamíferos. Deslocava-se agilmente nas suas quatro patas e tinha como característica mais notável a enorme “vela” sobre o dorso. Devido ao facto de estar mais bem equipado para viver e deslocar-se em terra firme, constituía um predador temível para os, então ainda predominantes, anfíbios que se deslocavam muito lentamente fora da água. Por outro lado, tal como acontecia com os restantes répteis, era muito maior a sua capacidade para percorrer longas distâncias e mesmo os seus ovos não precisavam de ser postos na água para a sua gestação, por já serem providos de uma sólida casca, o que lhes permitiria resistir sem problemas aos maiores períodos de seca.
Devido a esta crescente proliferação de répteis cada vez mais sofisticados e versáteis, associada a períodos cada vez mais longos de seca e altas temperaturas, o Eryops foi perdendo o seu domínio até se extinguir no final do período Permiano. A partir daqui, os anfíbios, até então senhores da Terra, foram definitivamente suplantados pelos emergentes répteis.
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