À esquerda, a primeira Capela de Nossa Senhora de Lourdes, demolida por volta de 1969.
O ano de 1895, foi assinalado pela proposta da criação de um bairro para famílias carenciadas economicamente, tendo-se a sua construção iniciado a em 11 de Novembro de 1897, ficando localizado, a meio da actual Rua António José de Almeida, entre o Matadouro Municipal e o antigo caminho de Montarroio e Montes Claros. Já no ano seguinte, 1898, foi publicado um anúncio de arrendamento das casas do bairro e, estando concluídas as primeiras doze casas, procedeu-se a sorteio no dia de Natal do mesmo ano de 1898, no próprio bairro, para distribuição das habitações prontas a receber os seus moradores. Em Fevereiro de 1899, foram entretanto arrendadas as restantes três casas. Desta forma, a construção do Bairro Operário “Bispo-Conde” constituiria, na época, uma obra pioneira de cariz social nesta cidade.
O Bispo fundador, D. Manuel Bastos Pina, falece a 19 de Novembro de 1913, passando este núcleo habitacional para a posse e administração da Câmara Municipal. Como consequência da sua deficiente construção e o pouco cuidado na sua conservação, em breves anos começou a necessitar de frequentes consertos, dispendiosos em relação ao valor das rendas, uma vez haver-se alterado o original objectivo caritativo, por motivo de transferência da propriedade plena. Com passar dos anos, as casas foram-se degradando muito rapidamente, ao mesmo tempo que o progresso da cidade exigia um melhor aproveitamento urbano do local, de tal forma que, a partir de Outubro de 1955, iniciam-se as demolições, de uma forma gradual, das casas deste modesto bairro.
Neste bairro localizava-se igualmente a Capela de Nossa Senhora de Lourdes original, que aqui permaneceria isolada até finais da década de 60, altura em que seria demolida. A actual Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, encontra-se localizada no sítio onde antes estivera o antigo Matadouro Municipal. Durante décadas, o quarteirão antes ocupado pelo bairro operário de Montes Claros, permaneceu inexplicávelmente deserto, transformado num recanto ermo utilizado, não raras vezes, como lixeira ocasional e parque de estacionamento alternativo. Mais recentemente, sobretudo a partir de finais de 2005, foi, finalmente dada luz verde para a realização de obras de embelezamento deste espaço.
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