A principal razão que torna este livro tão polémico é antes uma faca de dois gumes. Por um lado, trata-se de uma visão por dentro da realidade dos bombardeamentos das zonas urbanas alemãs, indo desde a visão mais geral até a um conjunto de pormenores seleccionados entre muitos, com uma fluidez própria de quem teve acesso a uma vastidão de documentos. Jörg Friedrich consegue, graças a uma expressão escrita de grande qualidade, fazer desenhar na mente dos leitores as realidades que vem trazendo ao de cima. Associe-se a isto o aspecto, fundamental, de o autor ser alemão e ter uma longa experiência de jornalista que lhe permitiu chegar a fontes onde muito poucos, mesmo seus compatriotas, conseguiriam chegar. Encimando tudo isto, o envolvimento e a carga emocional que ele revela relativamente ao tomar o partido quase exclusivo da sua nação germânica, enquanto vítima de destruições maciças no seu território. Esta perspectiva enraizadamente parcial relativamente a um importante episódio ocorrido ao longo da Segunda Grande Guerra torna, decerto, este livro uma obra sui generis relativamente a outras do mesmo género. Torna-o, igualmente, um elemento de estudo adicional, a não ignorar para qualquer historiador ou simplesmente curioso acerca do maior conflito bélico do século XX. Relativamente a qualquer guerra, batalha ou simplesmente contenda, é sempre de todo o interesse conhecer o maior número de perspectivas, provenientes das várias facções envolvidas, por mais discutíveis e criticáveis que estas possam ser.
É precisamente no que se refere a este último aspecto, que se começa a desenhar o outro “gume” da faca. O livro traz à tona informações e dados essenciais e pouco ou nunca explorados, mas surge, mesmo assim, incompleto, devido à sua visão declaradamente parcial.
Deve ser lido em conjunto com outras obras acerca do vasto e multifacetado tema da Segunda Guerra Mundial. Aprofunda, como deve ser, uma das suas facetas mais impressionantes, mas passa muito ao de leve pelas outras. Apesar de ser um livro essencial e bem escrito é, todavia, complementar e não se basta a si mesmo.
Se este livro for lido por gente que não tenha um conhecimento básico acerca da história da Segunda Guerra Mundial (e não há poucos nos dias que correm), podem-se gerar mal-entendidos. Pode-se ficar com a estranha sensação de que os alemães, pelo menos os civis, é que foram as grandes vítimas deste conflito bélico desencadeado pelos seus próprios líderes de então.
É precisamente no que se refere a este último aspecto, que se começa a desenhar o outro “gume” da faca. O livro traz à tona informações e dados essenciais e pouco ou nunca explorados, mas surge, mesmo assim, incompleto, devido à sua visão declaradamente parcial.
Deve ser lido em conjunto com outras obras acerca do vasto e multifacetado tema da Segunda Guerra Mundial. Aprofunda, como deve ser, uma das suas facetas mais impressionantes, mas passa muito ao de leve pelas outras. Apesar de ser um livro essencial e bem escrito é, todavia, complementar e não se basta a si mesmo.
Se este livro for lido por gente que não tenha um conhecimento básico acerca da história da Segunda Guerra Mundial (e não há poucos nos dias que correm), podem-se gerar mal-entendidos. Pode-se ficar com a estranha sensação de que os alemães, pelo menos os civis, é que foram as grandes vítimas deste conflito bélico desencadeado pelos seus próprios líderes de então.