Em 1971, tendo verificado que a sua primeira aposta de estúdio, o álbum Back In The USA, não havia causado grande impressão, pelo menos a nível de êxitos de vendas, os MC5 decidem lançar uma nova cartada, mais ousada e exigente, sob a forma do álbum High Time.
Trata-se de um álbum mais maduro, com letras mais profundas. Uma das temáticas mais em destaque, em especial no longo tema Future/Now, é precisamente o futuro, nos seus mais variáveis aspectos. De alguma forma, isto soa um tanto quanto irónico para uma banda que não teve qualquer futuro, em termos de existência, pois apenas pouco mais de um ano depois, os MC5 dissolveram-se.
Trata-se de um álbum mais maduro, com letras mais profundas. Uma das temáticas mais em destaque, em especial no longo tema Future/Now, é precisamente o futuro, nos seus mais variáveis aspectos. De alguma forma, isto soa um tanto quanto irónico para uma banda que não teve qualquer futuro, em termos de existência, pois apenas pouco mais de um ano depois, os MC5 dissolveram-se.
MC5 - "Future/Now" (1971).
Mais uma vez, a voz de Rob Tyner surge proeminente em praticamente todos os temas, em harmonia ou não com a de um ou mais elementos do resto do grupo. Por outro lado, a autoria de cada um dos temas, surge perfeitamente descriminada, contrariamente ao que acontecera nos álbuns anteriores onde a autoria era creditada ao grupo no seu todo. Talvez premonição da fragmentação que ocorreria daí a algum tempo depois. A autoria das canções encontra-se mais ou menos equilibrada entre os três elementos que constituem o centro da banda, mais concretamente, Rob Tyner, Fred "Sonic" Smith e Wayne Kramer. Excepção deve ser feita para um único tema, da autoria do baterista Dennis Thompson, que constitui a sua primeira feliz estreia na composição. A presença de Mike Davis também se faz notar nos coros de alguns dos temas, onde o seu timbre peculiar encaixa na perfeição e dá uma força adicional à mensagem que se pretende transmitir. Para além disto há, pela primeira vez, o recurso a músicos convidados, nomeadamente da área do Jazz, o que, decerto, terá contribuído para aproximar os MC5 de muitas das características de um grupo de “fusão”, termo que Wayne Kramer rejeita ser aplicável ao seu grupo. Este prefere antes reconhecer alguma (vaga) aproximação ao “Free Jazz”.
Segundo a minha opinião, este disco contém, a partir do tema 3 até ao tema 7, uma das melhores sequências de canções alguma vez conseguida em toda a história da música rock do Século XX. Bem no seu centro, o tema que eu considero verdadeiramente central neste disco: "Future/Now".
Segundo a minha opinião, este disco contém, a partir do tema 3 até ao tema 7, uma das melhores sequências de canções alguma vez conseguida em toda a história da música rock do Século XX. Bem no seu centro, o tema que eu considero verdadeiramente central neste disco: "Future/Now".
MC5 - "Miss X" (1971).
MC5 - "Over And Over" (1971).
As "balizas" dessa sequência perfeita.É, para mim, esta sequência de temas que justifica, quase plenamente, quer a audição, quer a obtenção deste álbum e o torna eternamente referencial.
A própria parte gráfica da capa é muito mais complexa, inventiva e, por isso, interessante do que a do anterior disco de estúdio Back In The USA. Aliás, a própria contracapa, onde a fotografia, o desenho e a colagem se encontram numa harmonia, tanto perfeita como, então, inédita, surge creditada a um estranho nome, onde muitos não mais reconhecem do que um pseudónimo, nunca verdadeiramente confirmado nem desmentido, do próprio Rob Tyner. Este talvez preferisse falar num alter-ego artístico.
No ano do seu lançamento, 1971, o disco foi um flop, ainda maior do que o anterior, de tal forma que o grupo se viu logo rejeitado pela sua editora de então, a Atlântic. A partir daqui, foi uma inglória e deprimente contagem decrescente até à dissolução dos MC5. O tempo que depois se seguiria, acabou por lhe fazer alguma justiça e, agora, o álbum é considerado uma referência para muitos músicos de todo o mundo, digno de emparceirar com outras obras de outros grupos como os Beatles, os Pink Floyd e mesmo os U2.
A própria parte gráfica da capa é muito mais complexa, inventiva e, por isso, interessante do que a do anterior disco de estúdio Back In The USA. Aliás, a própria contracapa, onde a fotografia, o desenho e a colagem se encontram numa harmonia, tanto perfeita como, então, inédita, surge creditada a um estranho nome, onde muitos não mais reconhecem do que um pseudónimo, nunca verdadeiramente confirmado nem desmentido, do próprio Rob Tyner. Este talvez preferisse falar num alter-ego artístico.
No ano do seu lançamento, 1971, o disco foi um flop, ainda maior do que o anterior, de tal forma que o grupo se viu logo rejeitado pela sua editora de então, a Atlântic. A partir daqui, foi uma inglória e deprimente contagem decrescente até à dissolução dos MC5. O tempo que depois se seguiria, acabou por lhe fazer alguma justiça e, agora, o álbum é considerado uma referência para muitos músicos de todo o mundo, digno de emparceirar com outras obras de outros grupos como os Beatles, os Pink Floyd e mesmo os U2.
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